Bater em quem já foi nocauteado é covardia! Porém, a derrota do cultuado brasileiro Anderson Silva para o até então desconhecido norte-americano Chris Weidman no UFC 162, em 06/07/13, traz grandes reflexões sobre liderança e gestão de pessoas. Não vou me ater ao perfil do lutador brasileiro, mas sua atitude na luta em que foi derrotado. Isso já é um grande ensinamento.
Entretanto,
antes vou fazer um breve esclarecimento que julgo oportuno. Durante dezesseis
anos fui atleta e professor de Karatê, uma das artes marciais mais empolgantes
e repleta de ensinamentos para a vida. Participei de competições, ganhei
algumas e perdi outras. Treinei mais de 500 alunos e também vivi com eles a
glória e as derrotas, mas tudo com dignidade e respeito aos adversários.
APRENDIZADO SOBRE LIDERANÇA
Tive
o privilégio de aprender com meu mestre (Sensei) não apenas a golpear e me
defender. Aprendi sobre caráter e respeito a si próprio e ao adversário.
Aprendi que uma pessoa que pratica artes marciais deve ser antes de tudo uma
pessoa justa e buscar sempre o equilíbrio. Aprendi a tratar as pessoas, não
importa quem seja ou em qual situação estiver, com dignidade e consideração.
Foram
ensinamentos que levo até hoje em tudo o que faço. Parei de praticar a atividade
física intensa do Karatê, mas nunca os profundos ensinamentos do Zen Budismo.
Li muito a respeito, principalmente quando fui o mestre para meus alunos. Tinha
que ser mais que um professor que ensina a golpear e a se defender, assim como
aprendi com meu mestre. Tenho a convicção que consegui alcançar este êxito,
visto que até hoje mantenho contato com vários alunos daquela época. Estas
lições fincaram raízes profundas em mim e em meus alunos.
Hoje
em dia procuro assistir algumas atividades relacionadas às artes marciais e,
consequentemente, o MMA (Mixed Martial Arts). Voltando então para a luta do
Anderson Silva, onde defendia o título de campeão de sua categoria, senti o
contrário de tudo que escrevi a pouco. Como mencionei anteriormente não estou
aqui julgando o caráter pessoal, mas sim as atitudes dele durante a luta.
Somente isso!
Durante
o combate o atleta tomou uma postura de deboche, demonstrando superioridade e provocando
o adversário até que ele o surpreendeu e o nocauteou. Depois disso foi noticiado
que esta era uma prática recorrente do brasileiro. Uma pena! Mesmo que isso
seja encarado como uma estratégia de luta o que fica é a lição de que nunca
devemos menosprezar os outros, principalmente em público. Esta
exposição tornou a derrota uma vergonha. Motivo de diversos comentários,
artigos e reflexões, como esta.
Portanto,
um líder – um lutador é sempre um líder – nunca deve menosprezar sua equipe ou
qualquer outra pessoa. Quando faz isso perde o respeito de todos. Assume um
papel de arrogância e tende a agir distante dos outros. Afinal, ninguém gosta
de atuar em uma equipe onde o gestor trata as pessoas com desprezo. Já vi isso
ocorrer em algumas empresas onde atuei como consultor e posso garantir que o
ambiente é muito difícil.
AS LIÇÕES DE LIDERANÇA
O
primeiro passo para que isso não ocorra, caso você seja o líder, é verificar
sua relação com os outros. Aquele que só manda, impõe e cobra nunca irá
conseguir o respeito dos outros. A época do “manda quem pode e obedece quem tem
juízo” já passou. Os profissionais atuais querem espaço para falar, se
posicionar e manifestar suas idéias e opiniões. Portanto, analise suas atitudes
e comece a mudar.
Uma
boa estratégia é realizar pequenas reuniões individuais ou em grupos. Nestas
reuniões é importante ouvir o que as pessoas tem a dizer, mas nem sempre isso é
fácil, pois muitas tem medo de falar e depois vir alguma punição. Tem que ter
calma, paciência. Resultados efetivos levam algum tempo para vir quando
tratamos de comportamento das pessoas. Elas precisam sentir confiança em você e
confiança se conquista - não se impõe.
Caso
você faça parte de uma equipe onde há um líder presunçoso, impositivo e/ou
arrogante a tarefa é mais complicada, mas é possível fazer algo. Primeiro evite
bater de frente com ele. Muitas destas pessoas agem assim por causa do ego
inflado. Portanto, questionar diretamente ou confrontar nunca é uma boa opção
para quebrar este gelo.
É preciso ter paciência e abrir caminho para o diálogo. Uma dica é falar com o gestor nos momentos em que ele parecer mais tranqüilo. Aos poucos. Evite despejar tudo de uma vez. Vá amolecendo o coração e conquistando a confiança para no momento certo ser mais direto e objetivo. Isso pode durar semanas ou meses, mas não desista se acreditar que o emprego vale a pena. Caso contrário a melhor saída é a sua saída mesmo. Analise se o desgaste é maior que o benefício e tome sua decisão.
É preciso ter paciência e abrir caminho para o diálogo. Uma dica é falar com o gestor nos momentos em que ele parecer mais tranqüilo. Aos poucos. Evite despejar tudo de uma vez. Vá amolecendo o coração e conquistando a confiança para no momento certo ser mais direto e objetivo. Isso pode durar semanas ou meses, mas não desista se acreditar que o emprego vale a pena. Caso contrário a melhor saída é a sua saída mesmo. Analise se o desgaste é maior que o benefício e tome sua decisão.
Você
já trabalhou com alguma chefia assim? Conte-me como foi e o que fez a respeito,
afinal, não há uma solução mágica para lidar com o comportamento humano.
Sucesso!
Rogerio Martins é Psicólogo, Palestrante, Escritor, Professor Universitário e um líder em constante aprendizado
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