Estamos vivendo um momento curioso na história da humanidade, principalmente no que diz respeito às relações humanas. Até o meio do século passado tínhamos padrões de comportamento social muito bem definidos e rígidos. A partir da revolução hippie muitos paradigmas foram, aos poucos, sendo modificados. Porém, a grande mudança realmente ocorre na virada deste milênio.
As famílias passam por significativas modificações em sua estrutura, assim como as empresas. A forma como as pessoas se relacionavam quase nada tem a ver com a forma atual: mais dinâmica, independente e superficial. Nesta linha observamos que o comportamento do líder também mudou, ou precisa mudar.
O velho chavão "manda quem pode e obedece quem tem juízo" é algo ainda ouvido e praticado em algumas organizações, mas certamente está com os dias contados. A necessidade de melhorias nos processos de qualidade e produtividade aceleram a busca por profissionais mais competentes. Porém, também criam uma crise na estrutura do caráter destes cidadãos.
O que você considera mais importante para exercer o papel de liderança: competência ou caráter?
Aqui cabe uma explicação breve sobre o que significa caráter e competência, pois podemos interpretar erroneamente e atribuir crédito em valores que não são realmente importantes e necessários.
Podemos, então, considerar que competência é um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que fazem com que o líder consiga executar suas funções de gestão de modo mais efetivo. Algo que pode ser aprimorado, aperfeiçoado, desenvolvido etc. Um líder competente, por exemplo, é aquele que consegue fazer com que sua equipe atinja as metas propostas pela organização no prazo determinado. Para isso, conta com um conjunto de competências que podem ser: poder de persuasão, controle e acompanhamento, além de feedback contínuo. Perfeito! Um líder competente toda emprese quer e busca internamente ou no mercado.
Com isso exposto retorno a minha pergunta inicial: afinal, o que é mais importante hoje em dia para um líder - caráter ou competência? Se fosse possível escolher somente uma, qual você optaria? Se você tivesse selecionando um profissional para ocupar uma posição de gerência na sua empresa e tem dois candidatos finalistas. Um deles é extremamente competente, decidido e expõe com clareza suas idéias. Porém, transmite certa fraqueza moral, ou seja, é daqueles que passa por cima de tudo e de todos para conquistar o que deseja. Não mede esforços nem táticas para chegar ao topo. O outro é justamente o contrário. Um profissional extremamente confiável, que respeita as pessoas e demonstra ser agregador de equipes, mas tecnicamente para a função de liderança é mais fraco. Qual você contrataria?
Situações como esta são cada vez mais comuns no mundo corporativo, principalmente com a nova postura da chamada geração Y. Em geral, esta geração tem maior flexibilidade moral do que as anteriores. Contudo, são muito mais competentes para lidar com o mundo moderno que seus antecessores. Isso é até um processo natural.
Você que faz parte da geração Y concorda com tudo isso? E você que viveu no auge das décadas de 50, 60 e 70? Caso você não se enquadre em nenhuma destas gerações também pode opinar baseado em suas experiências e percepções sobre o que estamos vivendo no momento. Importante destacar que não há resposta certa, apenas pontos de vista que podem convergir ou não. O que nos faz crescer e amadurecer, entre outras coisas, é o debate saudável e respeitoso. Portanto, emita sua opinião através do formulário de comentário abaixo.
Grande abraço, Rogerio Martins é Psicólogo, Professor, Palestrante e Escritor.