Nesses últimos anos tenho observado a multiplicação de colegas que aparecem com propostas motivacionais, muitos projetos interessantes, criativos e eficazes. Estive recentemente em uma conferência com quatro desses colegas, uma experiência muito enriquecedora, pude me reciclar, rever alguns conceitos e aprender com eles.
Fizemos, após nossa apresentação, uma espécie de mesa redonda onde apontamos as principais virtudes e defeitos uns dos outros. Confesso que foi bom bater em pontos que considero críticos no estilo de apresentação de alguns, mas, tive também que escutar algumas críticas muito justas, revi, pensei e mudei, pelo menos estou tentando.
Mas algo incomodava os quatro, todos haviam lido os artigos e comentários no meio dos RH´s sobre a banalização de nossa atividade, como muitos recém formados, profissionais de áreas diversas e até mesmo pessoas que tem uma certa facilidade para se comunicar, estavam entrando no ramo de “Palestrante” e ofertando ao mercado um produto sem o know-how necessário para cumprir o que se espera dele. E, nesses artigos e comentários, a tônica sempre era a questão do “conteúdo”, claro, não adianta nada fazer uma farra, mexer com as pessoas, com suas emoções, com seus brios, sem ter nada ou quase nada para acrescentar.
Palestra Motivacional não é “FARRA GRATUITA” é FARRA por metodologia, como no meu caso e de outros colegas, como Augusto Gomes, Massaru Ogata, Sergio Dal Sasso, Luiz Marins, Daniel Godri, Prof. Gretz, Rogério Martins e outros, fazemos sim uma farra, interagimos com o público, criamos dinâmicas como metáforas dos princípios que queremos ensinar, mudamos o ambiente, desafiamos, despertamos emoções, mas, no centro de cada atividade deve haver conteúdo, e isso de forma estudada, programada, dirigida e consubstanciada.
Deve-se levar em conta a capacidade intelectual e o estado emocional da equipe. Deve-se considerar a fórmula de didática, a lição a ser contextualizada, o momento que a empresa vive, seus conflitos e desafios internos e externos e em especial seus objetivos práticos.
Sem esse tipo de consideração uma “Palestra Show” pode simplesmente ser um incômodo. Uma festa de formatura do primo distante do seu ex-colega de trabalho e que por alguma razão você foi convidado; ou o casamento da filha da presidente da associação do bairro, na qual você jamais compareceu a uma reunião.
Recentemente fui contratado por uma empresa que me perguntou de cara: O SENHOR NÃO VAI FAZER AQUELA DINÂMICA NÃO NÉ? E o pior, eu até que ia fazer sim. Mas perguntei ao Diretor de MKT que estava me contratando: Porque a pergunta? Ele me respondeu: bem, há um mês contratamos um colega seu e ele simplesmente fez um “Programa do Chacrinha” sem pé nem cabeça e foi embora. Sentimo-nos lesados e nossa equipe agora está super arredia com Palestras.
Preferi não perguntar que colega era esse, deve ter tido um dia ruim, mas certamente o despreparo e a improvisação não devem fazer parte da prática profissional de nós Palestrantes Motivacionais, por mais tempo e experiência que tenhamos, cada cliente é único, cada caso é um caso, cada apresentação deve ser tratada como se fosse a primeira. O Palestrante que diz que não sente mais aquele friozinho, aquela ansiedade antes de se apresentar, precisa rever sua postura, sua visão de desempenho e perceber que um pouco de stress nos coloca mais responsabilidade no que vamos fazer. (Tenho 20 anos de Palestrante e sinto aquele friozinho cada vez, é ai que percebo que não domino tudo, que tenho muito a aprender...).
Outra situação que o mercado se queixa: Preço. É incrível o número de profissionais de RH que questionam preço. Entendo que seus superiores geralmente envolvidos na guerra do perde ganha das negociações acabam por transferir esse conceito ao setor que trata de Recursos Humanos, não percebendo que aqui o fator PREÇO, pode ser a diferença entre mudança e pro-atividade X indiferença e comodismo;
Um bom profissional sempre vai custar mais (como um carro de primeira linha custa mais que um carro popular, porque?). A relação custo benefício é relevante e decisiva (não que não existam bons profissionais com baixos custos ou profissionais ruins com altos custos), mas o conjunto de competências que leva um profissional a custar mais deve ser considerado.
Lembro-me da história de Henry Ford, quando uma de suas máquinas parou (ele foi o primeiro empresário a aplicar a montagem em série na produção de automóveis), e sua equipe após várias tentativas resolveu chamar um mecânico experiente para tentar resolver o problema. Contam que o homem chegou, olhou, pensou e foi direto em um pequeno parafuso fazendo um ajuste que não demorou mais que 30 segundos. Tudo voltou a funcionar perfeitamente. A seguir foi embora e enviou a conta: U$ 500...
Henry Ford olhou para aquela conta e perguntou ao seu encarregado o que o homem havia feito. Foi informado de que ele apenas apertara um parafuso, nem sequer se sujou de graxa e foi embora. Henry achou o valor absurdo. Por um simples aperto de parafuso pagar U$ 500?
Mandou então um recado ao mecânico: por favor senhor, queira discriminar a cobrança para que eu faça o pagamento (imaginando que o homem não poderia colocar U$ 500 por um aperto de parafuso).
Veio então a NOTA DISCRIMINADA:
NOTA DE SERVIÇOS PRESTADOS
01 - Aperto do Parafuso .............................................. U$ 5,00
02 - Conhecimento e experiência para saber como e qual parafuso apertar .......U$ 495,00
Total a Pagar ..................................................................U$ 500,00
Henry Ford pagou imediatamente! Parece-me que como empresários, entre os quais eu me incluo, temos muito a aprender. Ontem fizemos um acompanhamento com um cliente que nos pediu proposta há alguns dias. Sabe a resposta? Oh, Senhor Múcio, a gente conseguiu palestrantes de graça na instituição TAL, também um especialista da área TAL e um colega vem falar sem cobrar, então se o senhor vier de graça também será um prazer... Falar o que?
Imagino que evento fantástico esta empresa terá: improviso, amadorismo, falta de compromisso e claro, com boa vontade. Certamente alguém vai surpreender, também existem bons palestrantes fora do circuito profissional, mas a regra não é essa. Como uma empresa pretende transmitir qualidade, seriedade, compromisso, excelência e critério submetendo sua equipe a um evento de improviso? Com Palestrantes “Quebra galhos”? Ou aspirantes a profissão? Você faria uma cirurgia de alto risco com um aluno residente? OU com um vestibulando de medicina? OU ainda com um médico sem especialização que vai “Quebrar o galho” pois seu colega especialista cobra pelos serviços, e, você prefere não pagar?
QUANDO A CONVERSA É COTAÇÃO, CONFESSO QUE SINTO UM FRIO NA BARRIGA. Não por temer a concorrência de preços (e isso é parte do problema, alguns colegas não se valorizam ou não percebem sua responsabilidade de manter a nossa atividade como de alto valor agregado), mas principalmente porque sei que a qualidade está colocada em segundo plano (pelo contratante) e o profissional, seja ele quem for, não s
erá visto com o devido valor que tem, podendo, este comportamento, comprometer uma parte do que será realizado. Como sempre digo em meus artigos voltados para esse tema: tem muita gente boa por ai, eu mesmo posso passar uma lista, não sou do tipo que se considera único.
Indico, compartilho e me relaciono com diversos colegas no ramo, isso tem sido enriquecedor. Mas, por favor, dê o melhor possível para sua equipe. Negocie valores sim, exponha sua real condição para contratação, mas com os bons profissionais, seja também comprometido com o sucesso do seu empreendimento. Fazer por fazer é o mesmo que desfazer. Porque alguém terá que fazer novamente.Um abraço e sucesso!
Escrito por Múcio Morais - www.muciomorais.com/
Fonte: Portal Administradores - Publicação autorizada pelo autor
Fizemos, após nossa apresentação, uma espécie de mesa redonda onde apontamos as principais virtudes e defeitos uns dos outros. Confesso que foi bom bater em pontos que considero críticos no estilo de apresentação de alguns, mas, tive também que escutar algumas críticas muito justas, revi, pensei e mudei, pelo menos estou tentando.
Mas algo incomodava os quatro, todos haviam lido os artigos e comentários no meio dos RH´s sobre a banalização de nossa atividade, como muitos recém formados, profissionais de áreas diversas e até mesmo pessoas que tem uma certa facilidade para se comunicar, estavam entrando no ramo de “Palestrante” e ofertando ao mercado um produto sem o know-how necessário para cumprir o que se espera dele. E, nesses artigos e comentários, a tônica sempre era a questão do “conteúdo”, claro, não adianta nada fazer uma farra, mexer com as pessoas, com suas emoções, com seus brios, sem ter nada ou quase nada para acrescentar.
Palestra Motivacional não é “FARRA GRATUITA” é FARRA por metodologia, como no meu caso e de outros colegas, como Augusto Gomes, Massaru Ogata, Sergio Dal Sasso, Luiz Marins, Daniel Godri, Prof. Gretz, Rogério Martins e outros, fazemos sim uma farra, interagimos com o público, criamos dinâmicas como metáforas dos princípios que queremos ensinar, mudamos o ambiente, desafiamos, despertamos emoções, mas, no centro de cada atividade deve haver conteúdo, e isso de forma estudada, programada, dirigida e consubstanciada.
Deve-se levar em conta a capacidade intelectual e o estado emocional da equipe. Deve-se considerar a fórmula de didática, a lição a ser contextualizada, o momento que a empresa vive, seus conflitos e desafios internos e externos e em especial seus objetivos práticos.
Sem esse tipo de consideração uma “Palestra Show” pode simplesmente ser um incômodo. Uma festa de formatura do primo distante do seu ex-colega de trabalho e que por alguma razão você foi convidado; ou o casamento da filha da presidente da associação do bairro, na qual você jamais compareceu a uma reunião.
Recentemente fui contratado por uma empresa que me perguntou de cara: O SENHOR NÃO VAI FAZER AQUELA DINÂMICA NÃO NÉ? E o pior, eu até que ia fazer sim. Mas perguntei ao Diretor de MKT que estava me contratando: Porque a pergunta? Ele me respondeu: bem, há um mês contratamos um colega seu e ele simplesmente fez um “Programa do Chacrinha” sem pé nem cabeça e foi embora. Sentimo-nos lesados e nossa equipe agora está super arredia com Palestras.
Preferi não perguntar que colega era esse, deve ter tido um dia ruim, mas certamente o despreparo e a improvisação não devem fazer parte da prática profissional de nós Palestrantes Motivacionais, por mais tempo e experiência que tenhamos, cada cliente é único, cada caso é um caso, cada apresentação deve ser tratada como se fosse a primeira. O Palestrante que diz que não sente mais aquele friozinho, aquela ansiedade antes de se apresentar, precisa rever sua postura, sua visão de desempenho e perceber que um pouco de stress nos coloca mais responsabilidade no que vamos fazer. (Tenho 20 anos de Palestrante e sinto aquele friozinho cada vez, é ai que percebo que não domino tudo, que tenho muito a aprender...).
Outra situação que o mercado se queixa: Preço. É incrível o número de profissionais de RH que questionam preço. Entendo que seus superiores geralmente envolvidos na guerra do perde ganha das negociações acabam por transferir esse conceito ao setor que trata de Recursos Humanos, não percebendo que aqui o fator PREÇO, pode ser a diferença entre mudança e pro-atividade X indiferença e comodismo;
Um bom profissional sempre vai custar mais (como um carro de primeira linha custa mais que um carro popular, porque?). A relação custo benefício é relevante e decisiva (não que não existam bons profissionais com baixos custos ou profissionais ruins com altos custos), mas o conjunto de competências que leva um profissional a custar mais deve ser considerado.
Lembro-me da história de Henry Ford, quando uma de suas máquinas parou (ele foi o primeiro empresário a aplicar a montagem em série na produção de automóveis), e sua equipe após várias tentativas resolveu chamar um mecânico experiente para tentar resolver o problema. Contam que o homem chegou, olhou, pensou e foi direto em um pequeno parafuso fazendo um ajuste que não demorou mais que 30 segundos. Tudo voltou a funcionar perfeitamente. A seguir foi embora e enviou a conta: U$ 500...
Henry Ford olhou para aquela conta e perguntou ao seu encarregado o que o homem havia feito. Foi informado de que ele apenas apertara um parafuso, nem sequer se sujou de graxa e foi embora. Henry achou o valor absurdo. Por um simples aperto de parafuso pagar U$ 500?
Mandou então um recado ao mecânico: por favor senhor, queira discriminar a cobrança para que eu faça o pagamento (imaginando que o homem não poderia colocar U$ 500 por um aperto de parafuso).
Veio então a NOTA DISCRIMINADA:
NOTA DE SERVIÇOS PRESTADOS
01 - Aperto do Parafuso .............................................. U$ 5,00
02 - Conhecimento e experiência para saber como e qual parafuso apertar .......U$ 495,00
Total a Pagar ..................................................................U$ 500,00
Henry Ford pagou imediatamente! Parece-me que como empresários, entre os quais eu me incluo, temos muito a aprender. Ontem fizemos um acompanhamento com um cliente que nos pediu proposta há alguns dias. Sabe a resposta? Oh, Senhor Múcio, a gente conseguiu palestrantes de graça na instituição TAL, também um especialista da área TAL e um colega vem falar sem cobrar, então se o senhor vier de graça também será um prazer... Falar o que?
Imagino que evento fantástico esta empresa terá: improviso, amadorismo, falta de compromisso e claro, com boa vontade. Certamente alguém vai surpreender, também existem bons palestrantes fora do circuito profissional, mas a regra não é essa. Como uma empresa pretende transmitir qualidade, seriedade, compromisso, excelência e critério submetendo sua equipe a um evento de improviso? Com Palestrantes “Quebra galhos”? Ou aspirantes a profissão? Você faria uma cirurgia de alto risco com um aluno residente? OU com um vestibulando de medicina? OU ainda com um médico sem especialização que vai “Quebrar o galho” pois seu colega especialista cobra pelos serviços, e, você prefere não pagar?
QUANDO A CONVERSA É COTAÇÃO, CONFESSO QUE SINTO UM FRIO NA BARRIGA. Não por temer a concorrência de preços (e isso é parte do problema, alguns colegas não se valorizam ou não percebem sua responsabilidade de manter a nossa atividade como de alto valor agregado), mas principalmente porque sei que a qualidade está colocada em segundo plano (pelo contratante) e o profissional, seja ele quem for, não s
erá visto com o devido valor que tem, podendo, este comportamento, comprometer uma parte do que será realizado. Como sempre digo em meus artigos voltados para esse tema: tem muita gente boa por ai, eu mesmo posso passar uma lista, não sou do tipo que se considera único.
Indico, compartilho e me relaciono com diversos colegas no ramo, isso tem sido enriquecedor. Mas, por favor, dê o melhor possível para sua equipe. Negocie valores sim, exponha sua real condição para contratação, mas com os bons profissionais, seja também comprometido com o sucesso do seu empreendimento. Fazer por fazer é o mesmo que desfazer. Porque alguém terá que fazer novamente.Um abraço e sucesso!
Escrito por Múcio Morais - www.muciomorais.com/
Fonte: Portal Administradores - Publicação autorizada pelo autor