O líder já nasce pronto ou pode ser desenvolvido? Como se forma um líder? É possível transformar pessoas comuns em líderes? Certamente você já ouviu ou mesmo fez estas e outras perguntas sobre liderança e a criação do líder.
Primeiramente é preciso entender o que é liderança. Na mais exata explicação é a capacidade de liderar, que significa chefiar, governar, dirigir, orientar, estar a frente. Conseqüentemente, líder é aquele que lidera, conduz, que mostra os caminhos e por isso sempre está na frente dos demais. É também aquele que estimula os indivíduos a persistirem na busca de melhores resultados num ambiente de riscos, incertezas e desafios. Para Megginson, Mosley e Pietri, “liderança é um processo de influenciar as atividades individuais e grupais, no estabelecimento e atingimento de metas”. Warren Bennis afirma: “liderança é como a beleza: difícil de definir, mas fácil de reconhecer”.
Os estudos do comportamento humano comprovam que a liderança é uma habilidade inerente aos seres humanos. Ou seja, todos nascemos com a mesma capacidade de liderar. O que vai transformar pessoas comuns em líderes de fato é a associação de diversos fatores, entre eles: o ambiente em que foi criado; estímulos que recebeu durante toda a vida; experiências bem e mal sucedidas; necessidades supridas ou suprimidas; treinamento e conhecimentos adquiridos; entre outros.
Nos últimos anos a essência do papel do líder vem sendo amplamente discutida e questionada. Afinal, qual posicionamento deve ter o líder diante deste cenário de riscos, incertezas e desafios? Como deverá agir?
De certo seu papel deverá ser o de líder criador. Criador de novos cenários onde o sucesso tem lugar garantido. Criador de novas relações onde o respeito a diversidade será a pedra fundamental. Criador de novos líderes que o sucedam. Criador de oportunidades para si mesmo, seus seguidores, clientes e fornecedores. Criador de cidadãos éticos e comprometidos com resultados efetivos.
Para assumir este novo papel é necessária uma revisão na postura atual daqueles que ocupam as funções de liderança nas empresas e nos governos. É preciso desempregar os profissionais e governantes que ocupam a posição, mas não agem como verdadeiros líderes. Precisa-se de gente com coragem para assumir uma postura de dianteira, com iniciativa para assumir os riscos, mas também o senso de acabativa para corrigir o percurso e chegar até a linha final. É necessário demitir as pessoas que atrasam a evolução dos negócios por causa de interesses pessoais ou medo de perder seu lugar e os benefícios que conquistou.
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Para ser um líder criador deste novo tempo é preciso ter formação sólida em ética, respeito e integridade. Reunir doses generosas de curiosidade e paixão pelo que faz. Possuir foco nos resultados e nas pessoas, sabendo equilibrar as necessidades da empresa e dos funcionários. Também é necessário ter capacidade acima da média para saber ouvir, para se colocar no lugar do outro e de gerar confiança. Para completar é necessário que tenha coragem para assumir os riscos e os erros que ele próprio poderá cometer e sua equipe também.
As pessoas mais comuns que já conheci possuem muitas destas características. São fortes candidatas a tornarem-se líderes criadores, independentemente de cargos ou títulos. Simplesmente porque assumem uma posição. Nas organizações muitas vezes são confundidas como funcionários problema, pois desafiam o marasmo e a burocracia. O líder criador pode incomodar, mas ele incomoda aqueles que, na contramão do desenvolvimento, buscam somente resultados imediatos e para seu próprio benefício.
A complexidade do comportamento humano e das estruturas organizacionais é o maior desafio para sair do paradigma atual e atingir novas formas de gerir pessoas. O modelo conhecido de liderança, onde manda quem pode e obedece quem tem juízo, ainda é forte em culturas acometidas pelo medo do sucesso, baixo progresso econômico e reduzida formação escolar e investimento em capacitação e treinamento de pessoas. Será que conhecemos algum lugar assim?
Talvez ainda demore mais alguns anos, ou quem sabe décadas, para que possamos finalmente ter mais organizações onde suas lideranças efetivamente atuem como se espera: como líderes criadores. A capacitação e conscientização das pessoas, são fortes aliados para a melhoria no nível de liderança de nossos gestores.
Certamente que não podemos generalizar, mas o caminho para a mudança passa pela coragem de empresários, políticos, funcionários, gestores e consultores de difundir e cobrar esta postura e atitude de liderança efetiva, ainda que sejamos os únicos.
Rogerio Martins é Psicólogo, Professor, Palestrante e Escritor. Siga @rogermar no Twitter e venha curtir a página do Facebook.
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